quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Sobre (o) Poder

 

Posso não ter amor, mas tenho profissão

Posso não ter os pés bonitos, mas mantenho-os no chão

Posso querer demais, posso não querer mais

Posso pensar em você, posso nem saber porquê

Posso até sentir o cheiro dos seus cabelos, o cheiro da sua boca.

O cheiro do seu chêro.

Posso sonhar. 

Posso colher flores e dá-las pra mim.

Posso estar em você, sem sair de mim.

 

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Sobre(s)sair



Ela é viajante. E descobriu isso quando jogou seu mapa fora e seguiu seus instintos. Ela confirmou a sua nova situação. Deixou a confortável vida de turista e se tornou uma viajante.
Em sua antiga vida ela tinha que dizer. Tinha que confessar, tinha que marcar. Ela precisava do irreal da vida moderna pra preencher seus sentimentos em sépia. Ela era turista e uma turista precisa de um grupo, de um monitor e de tickets antecipados.  Ela precisava saber.
Em sua atual situação, ela viaja. Não fala, não confessa, não marca. Não tem mapa. Fotografa em silêncio. Seja com sua máquina. Seja com sua mente. Ou coração. Ela sente prazer cada vez que se perde. Seja em becos, seja em braços, seja em abraços. Ela suja seus cotovelos em balcões de bares engordurados. Ela não se envergonha.

A turista fazia de seus poucos dias fora da realidade, a melhor realidade que poderia fazer.
A viajante não sabe mais a diferença do sonho e da realidade. Tudo é igual. A estrada se tornou apenas a extensão de sua rotina. Não mais uma tentativa de uma nova rotina. A estrada não é mais uma nova casa. A estrada é o quintal da sua casa.