domingo, 15 de novembro de 2015

Notas do coração: do jardim

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Parada, olhando para aquelas flores que acabavam de florescer, naquele jardim onde sentou e pensou ao longo do ano todo e observou as mudanças de cores, de cheiros, de horas e de pessoas. Sabia que de tudo que deixava pra trás, aquele jardim seria um dos lugares de que mais sentiria falta. Salvo algumas pessoas da sua família e algumas criaturas gentis do seu convívio, nada mais importava. A falta de vida do ser humano ao seu redor lhe deu o impulso de viver. Nada acontece por acaso.
Ele se aproximou e perguntou seu nome. Ela preferiu não responder. Ele insistiu e ela disse um nome qualquer. Não o seu. Ele perguntou o que ela fazia. Por impulso, quase respondeu. Mas sabia que não era mais aquilo. Respirou fundo e disse: ‘sou viajante’. Ele sorriu e se afastou até desaparecer de sua vista. Ela elevou seu pensamento, olhou para as flores e disse ‘adeus’.