quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Sobre 2015

Trilha sonora: clique aqui

Que cada passo que tenha dado, tenha encontrado um pouco mais de paz.
Que a cada abraço que tenha recebido, tenha me preenchido com um pouco mais de luz.
Que cada verbo ensinado, seja multiplicado.
Que cada situação difícil que eu tenha passado, tenha me ensinado a refletir.
Que cada ser que eu conheci, seja um companheiro para o progresso e a evolução.
Que cada dor que tenha sentido, seja mais um motivo pra valorizar o meu corpo.
Que cada sorriso que tenha dado ou recebido, tenha me ajudado voltar a acreditar um pouco mais no ser humano.
Que cada centavo que tenha recebido, tenha sido justo e honesto.
Que cada vez que eu consegui perdoar a quem eu julguei ter me feito mal, eu tenha conseguido perdoar, um pouco mais, a mim mesma.
Que 2016 seja repleto de amor.
Que ninguém me tire de mim.


Que assim seja.

domingo, 15 de novembro de 2015

Notas do coração: do jardim

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Parada, olhando para aquelas flores que acabavam de florescer, naquele jardim onde sentou e pensou ao longo do ano todo e observou as mudanças de cores, de cheiros, de horas e de pessoas. Sabia que de tudo que deixava pra trás, aquele jardim seria um dos lugares de que mais sentiria falta. Salvo algumas pessoas da sua família e algumas criaturas gentis do seu convívio, nada mais importava. A falta de vida do ser humano ao seu redor lhe deu o impulso de viver. Nada acontece por acaso.
Ele se aproximou e perguntou seu nome. Ela preferiu não responder. Ele insistiu e ela disse um nome qualquer. Não o seu. Ele perguntou o que ela fazia. Por impulso, quase respondeu. Mas sabia que não era mais aquilo. Respirou fundo e disse: ‘sou viajante’. Ele sorriu e se afastou até desaparecer de sua vista. Ela elevou seu pensamento, olhou para as flores e disse ‘adeus’.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Das minhas experimentações nunca bem compreendidas

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Foi um ano de vias públicas. Um ano inteiro, de primavera a primavera. De outubro a outubro.  De uma vida a outra. Experimentei dar a liberdade para opiniões e críticas a uma atividade que tem, gratuita e diariamente, satisfeito minha vontade de me expressar sem usar muitas palavras. Talvez para contrabalancear meus textos e textos e textos sobre grandes nadas da humanidade meio doentia que habita esse planeta. 
Talvez.

Ganhei dois mil seguidores, algo que considero razoável pra quem não tem tema definido. Fiz três amigos, ´tomei café´ com uma meia dúzia e desfiz algumas amizades. Um ano de vida exposta - boa para quem me admira e péssima para quem não me admira tanto assim.  E descobri que as pessoas que não te admiram são as que mais visitam seu perfil. Na linha tênue que existe entre o recalque e a curiosidade.


Agora eu volto pro meu mundinho, onde nada é tão público como vinha sendo. E voltei a escolher quem pode estar na minha rotina online. 
Até, quem sabe, a próxima estação. 

sábado, 23 de maio de 2015

Sobre fábulas

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Tenho um dia pra dormir. A cada quinze dias, eu durmo por doze horas seguidas, ininterruptamente, pra tentar de alguma forma recuperar-me do cansaço físico que é trabalhar de domingo a domingo. Hoje foi esse dia. Acordei depois de muito tempo. Dormi até cansar de dormir. Despertei com esse texto na minha mente. Acho que porque sonhei com você. Sonhei com a gente. Sonhei comigo.
E naquele momento, estávamos novamente juntos dentro daquele quadro. Senti uma onda fria vindo em minha direção. E de repente, você sumia no meio de uma tempestade de vento.

Não sei por que me emocionei tanto. Não sei por que acordei. Não sei por que sonhei. Sei que senti saudades. De mim. Senti saudades daquele você que eu não pude conhecer.
Mas, acima de tudo, senti saudades daquele tempo. Tempo esse em que acreditava em tantas coisas. Como se tivesse lido algum livro que revelasse a verdade por trás dos contos de fadas, e de repente descobrisse que na verdade Cinderela foi uma escrava sexual egípcia, o que Branca de Neve não tinha nada a ver com os sete anões. Eu acordei e percebi que nunca houve nenhuma fábula entre nós. Simplesmente uma sequência de fatos ordinários, onde nada de especial aconteceu. Apenas pequenas tragédias e alegrias menores ainda, que juntas soaram como algo grande. Não. Eu fui apenas escrava daquilo que achava ser verdade. E nada era verdade.

Hoje, ao ler suas palavras novamente, percebo o quanto você prefere continuar acreditando na sua fábula e o quanto eu não preciso mais de fábulas para ser feliz. Hoje, ao saber que você nunca vai admitir a sua verdade, percebo o quanto eu adoraria ter você comigo. O quanto eu seria capaz de amar a verdade que existia por trás daquele personagem que você criou.

Sinto saudades apenas da pessoa que não conheci e temo nunca mais querer dormir.