quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Celeuma

Eu ainda desejo praticamente as mesmas coisas que desejava quando tinha 15 anos. Eu ainda rezo e peço pelo mesmo. Eu ainda não entendi que, se depois de todos esses anos eu ainda não fui atendida, é porque a resposta pode ser ‘não’. Eu insisto. Eu xingo, eu choro, rogo, imploro. Estupidamente, eu ainda acredito.

E é essa crença que me faz perceber que de vez em quando o universo finge que me escuta. E me dá coisas que peço, claro que fracionadas em 100. É como se eu pedisse o mundo, e ganhasse um punhado de terra. Tudo bem. A terra faz parte do mundo. Eu ganhei um pedaço dele.

E é pra isso que estou olhando agora. Que adormece silenciosamente ao meu lado. Que respira tão profundamente que parece estar roubando todo o ar desse quarto semi-iluminado. Que me deixa sem ar. Que me fez lembrar de mim. Que me fez me olhar no espelho por inteiro.

Mas um punhado de terra é muito pouco pra quem deseja o mundo.

Estou satisfeita por ter me sentido feliz. Estou triste porque, de novo, não sei o que fazer depois da felicidade. Me sinto mais confortável assim. Sem saber o que fazer depois que se é feliz.

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