quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Sobre saber que se é...

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... e tudo que eu mais quero nessa vida é você...



Sou eu, a piada do ano, do século, do milênio.
Sou eu, que acredita que sozinha pode conseguir mudar o mundo. Pelo menos o mundo de alguém.
Sou eu, vigiada, observada, julgada, sentenciada, ironizada, falada.
Sou eu, que tento arduamente buscar a paz e a liberdade, e hoje me encontro presa dentro do que as pessoas acham que eu deveria fazer.
Sou eu. Prisioneira de mim mesma. De um mundo cruel. De um mundo doentio. De um mundo horroroso.
Sou eu. Que encontrei o amor. O amor de Deus, o amor próprio e achei que encontrei algo que não buscava mais.
Sou eu. Que tenho o corpo deformado mas a alma boa. Que sou o fruto podre e fácil de ser coletado, por estar no chão e de fácil acesso. 
Sou eu. Aquela que tenta ajudar a dar soluções pra pessoas que não querem soluções.
Sou eu. Que não tem mais amigos porque todos decidiram sair da minha vida. Os que ficaram, tentam ter paciência com esse 'eu'.
Sou eu. Frágil. Boba, sem autoestima nenhuma. De um humor infantil, periférico, marginalizado e ácido.
Sou eu. Que ama fotografia mas não consegue a admiração de quem eu mais admiro. Nem quando peço.
Sou eu. Que tenho pavor de símbolos materiais que demonstrem uma conquista espiritual e agora carrego no pescoço a vergonha de ter feito isso.
Sou eu. Sim. Sou eu. Que escolheu não guardar datas comemorativas pra não ter que chorar pelo resto da vida nos dias que eu achei que era feliz e não era. 
Sou eu. Que não sei amar como as outras pessoas. Que acho que o amor verdadeiro são aqueles 10 minutos de oração diárias, ou aquelas poucas horas dedicadas a quem sofre mais que eu.
Sou eu, aquela que centenas de pessoas hoje querem decidir o destino. Destino esse que nem eu sei o que quero.
Sou eu. Que não sou loira, não tenho o corpo perfeito, os seios a mostra em público, o talento de cantar num palco, o amor da sua família, a admiração no meu trabalho. Eu achei que fosse o Sol no seu coração. Me desculpe.

Sou eu. Uma viajante. Que quer explicações, mas que não sabe pedir. Não mais. 
Meu amor não pede. Meu amor não prende. Meu amor não ostenta. Meu amor apenas quer paz. 







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