Parte 2 - do ódio
O ódio mata, dizem os orgulhosos. O ódio mata, dizem os
vaidosos. O ódio mata, dizem os egoístas. O ódio impulsiona, dizem os que
amaram demais. O ódio faz perguntas sem respostas.
O ódio nada mais é do que uma admiração cúmplice e
testemunha do amor. A inveja é o resultado. A morte é opcional.
Odiamos quando não entendemos. Odiamos quando não absorvemos
a admiração alheia. Odiamos quando não conseguimos sair do lugar. O ódio gera
preconceito. Preconceito é medo. Medo do desconhecido. Seria o ódio ainda um
desconhecido?
Antagonista ou arquiteto do amor? Planejador de sonhos. O sonho
de deixar de sentir esse ódio ou o plano de destruir quem você odeia? O ódio é
opcional. E é necessário. Para que, dentro das lições, das colheitas, das
plantações e dos resultados, possamos transformá-lo em desprezo primeiramente,
depois em piedade e por fim, em amor. Amor próprio suficiente para não sentir
mais esse ódio que você escolheu sentir de alguém, de algo ou de alguma
situação.
Quem te odeia normalmente ignora a razão de tantos te
amarem.
Quem você odeia precisa do seu amor próprio para aprender.
O que te faz odiar? Você odeia tudo aquilo que você inveja.
O ódio é a inveja mascarada.
O amor é a admiração silenciosa.
O ódio te faz amar. Mesmo que você não queira. No fim, em
mil anos, o ódio terá se transformado em amor. Porque um depende do outro.
Do que você depende?