domingo, 9 de dezembro de 2012

Sobre a Troca



De verdade? Eu queria mesmo que o mundo acabasse no dia 21 de Dezembro. Ou pelo menos que todo mundo REALMENTE acreditasse nisso. Quem sabe assim, não faríamos exatamente aquilo que sempre sonhamos fazer, mas nunca tivemos coragem. Quem sabe então, não começaríamos trocar trabalho por diversão, e não diversão por trabalho. A vida seria uma festa, onde todo mundo trocaria horas trabalhadas por horas vividas.

Eu vi gente muito jovem indo embora, eu entendi que sim, um dia tudo acaba. Eu vi que o dinheiro parado no banco não é necessariamente um dinheiro ganhado. É dinheiro perdido. Porque eu acho que o dinheiro não é válido lá nas colônias espirituais, eu ainda não li em nenhum livro do André Luis que tem um caixa eletrônico do Itaú lá no Nosso Lar. Então eu aprendi a trocar. Eu deixo de fazer certas coisas, pra poder fazer outras. Mas definitivamente parei de trocar tudo simplesmente pra ter dinheiro parado no banco. É simples.

Eu deixei de almoçar fora durante um ano. Passei a comer sanduíches frios sozinha na minha sala. Troquei por algumas viagens, com todas as regalias possíveis. Eu deixei de pegar metrô, passei a acordar mais cedo e sofrer o que um trabalhador que pega 5 ônibus por dia sofre. Mas quando eu via o sol nascendo todos os dias, enquanto estava de pé naquele lugar apertado e abafado, eu pensei em todos os horizontes que meus olhos já haviam visto, nos mares, oceanos, rios e matas que pude observar ao longo das minhas viagens.

Troquei sapatos e roupas por livros, cabeleireiro por passagens aéreas – meu cabelo está comprido, e não é porque eu gosto dele assim.

E confesso, acabei de fazer uma troca gigantesca na minha vida. Daquelas que dão muito medo à princípio, mas que o universo calmamente vai me mostrar que foi o certo. Daquelas que mudam o curso de nossa vida e nos fazem entrar em ciclos novos, rotina e horários novos.

Engraçado que quando o ano de 2012 se apresentou como ‘o pior começo de ano da minha vida’ eu não imaginava que eu conseguiria mudar isso de forma tão bem sucedida. Eu troquei o pior pelo melhor. Troquei tudo e deu certo.

Portanto, se esses forem os últimos dias da humanidade, saibam que eu, Regina Sato, vivi o melhor ano da minha vida e fiz tudo aquilo que eu quis fazer.  

Caso o mundo não acabe, troque tudo em 2013. Finja que é um mundo novo. 
Trocar de vida é possível. E é bem divertido...

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