quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Antes que anoiteça, de Reinaldo Arenas

Reinaldo Arenas

Quando ouvia falar no nome de Fidel Castro, sinceramente, só me vinha a imagem de um charuto. Até ler esse livro.

Confesso que nunca soube muito sobre Cuba, sobre a revolução castrista, muito menos sobre o que os cubanos pensam sobre isso. Até conhecer Reinaldo.

Comprei esse livro porque estava na promoção. Custou-me apenas 9 reais na Livraria Cultura. Não li a sinopse e nem sabia que Javier Bardem já havia concorrido ao Oscar por sua interpretação no filme que fora baseado na obra.

Hoje, algum tempo depois de tê-lo lido, ainda sinto um aperto no coração e uma vontade louca de sair gritando pra quem quiser ouvir: ‘eu amo minha liberdade’. Ainda sinto a narrativa com o cheiro fétido das carceragens e o prazer de sexualizar com mais de 50 homens ao mesmo tempo.

Você começa a ler já sabendo do final. Já sabe que o autor se suicidou logo após terminar de escrever o livro, então acha que passará  toda a leitura esperando pra saber o real motivo de seu suicídio. E na terceira página já se esquece disso. Totalmente.

O livro trata de amor e sexo de uma forma que jamais havia pensado. Fala de amizade, traição, perdão e resignação. Persistência, sonhos e objetivos. Liberdade e opressão. Homossexualidade, travestismos e hipocrisia heterossexual. Todas essas coisas que rondam nossas vidinhas capitalistas medíocres.

O autor fala sobre ser contrarrevolucionário de uma forma aberta e sem ‘meias-palavras’.
Narra tudo aquilo que não gostaríamos de saber. Critica autores que até então eram meus ídolos, e tem bons argumentos para tal.

Recomendo-o à todos que se interessam pelo assunto e sejam livres de qualquer tipo de preconceito.

Editora: BestBolso
Ano: 2009
Páginas: 377

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