(Era pra ser apenas uma conversa de elevador, sem intenção de nada)
- ‘Feliz dia dos pais’.
- Não sou pai, nem ao menos sou casado.
- Quer um chiclete?
- Mas é o último.
- E qual o problema?
- Se eu chupar, eu não caso.
(Droga,ele falou as duas palavras mágicas, numa mesma frase. Chupar e casar.)
- Não sou supersticiosa.
- Você acha que nos conhecemos por acaso?
(Por favor, páre de me olhar assim, páre de me tocar todas as vezes que passa por mim.)
- Acho que vai chover.
- É, tá precisando. Essa seca tá me matando.
- Tá na seca, é?
- Sim, bastante.
- Quer tomar uma chuva comigo qualquer dia desses?
(Isso é um convite pra um encontro pseudo-romantico-sexual?)
- Só se você me prometer que continuaremos amigos. E que será uma chuva passageira, de verão. E que nunca, em hipótese alguma, alguém fique sabendo disso.
- Fechado.
(Preciso marcar depiladora e pedicure)
- Hoje faz um mês que nos conhecemos.
- O tempo passou rápido.
(Mais uma semana de salão de beleza e minha paciência se esgota)
- Vamos dar uma volta qualquer dia desses?
- Claro que sim, mas essa semana não dá, estou atarefado.
(Preciso desenvolver minha tolerância)
- Essa semana dá?
- Também não.
(Paciência + sabedoria = elevação do espírito)
- Preciso falar com você.
- Pode falar.
- É particular. Preciso te pedir algo.
(Eu preciso de um chiclete. Urgente.)
- Pode pedir.
(Um beijo)
- Me empresta uma grana?
(Filho da puta)
- Claro. Toma.
- Obrigado. Amanhã eu te devolvo.
- Ok, sem problemas.
(Até hoje, sem o beijo, sem o passeio e sem o dinheiro)
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