Sobre o Retorno
Vou contar até dez. E volto a
contar até o zero. Sucessivamente, como o vento. Vai e volta.
Vem, vem agora. Mas, vá. Não
fique pra sempre. O vento parado é o ar rarefeito. Pode matar.
Um, dois, três, um, dois, três.
Conte comigo, não me deixe em pânico. Conte minha respiração, minha contração.
Cada segundo que pulsa é o
infinito de minha aflição, de minha angústia, do meu desejo. A minha aflição
calma, minha angústia feliz e meu desejo sem esperança.
Vem, que eu preciso de alguém pra
compartilhar o meu tédio. Venha para ler meus pensamentos e entender cada
piscar de olhos.
Vem, vem agora. Estou pronta. Eu,
meus textos secretos e meus pés gelados estamos prontos.
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