sábado, 30 de junho de 2012

Sobre o Retorno




Vou contar até dez. E volto a contar até o zero. Sucessivamente, como o vento. Vai e volta.

Vem, vem agora. Mas, vá. Não fique pra sempre. O vento parado é o ar rarefeito. Pode matar.

Um, dois, três, um, dois, três. Conte comigo, não me deixe em pânico. Conte minha respiração, minha contração.

Cada segundo que pulsa é o infinito de minha aflição, de minha angústia, do meu desejo. A minha aflição calma, minha angústia feliz e meu desejo sem esperança.

Vem, que eu preciso de alguém pra compartilhar o meu tédio. Venha para ler meus pensamentos e entender cada piscar de olhos.

Vem, vem agora. Estou pronta. Eu, meus textos secretos e meus pés gelados estamos prontos.


 

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